quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O mar me faz lembrar você.

Havia perdido minha vontade em escrever, me faltava inspiração, até me aparecer você.
Um certo dia juntei minhas coisas e fui até ao mar mais próximo, respirar, tentar entender de onde sai todo esse sentimento. Larguei as coisas no chão como quem tinha pressa de conhecer algo, fui direto a beira mar, abri meus braços para sentir possivelmente o mesmo vento que passou em você, respirei o mesmo ar que te mantém vivo do outro lado do estado, que te mantém vivo aqui dentro de mim.. E então perguntei ao mar: Da mesma forma que tu me molhas os pés, porque não molha o meu coração com o amor que tanto quero? O mar de certa forma demorou a me responder. Continuei com os pés firmes afundando cada vez mais na areia que os cobriam, durante um bom tempo senti todo o vento levando meus cabelos para trás, me fazendo sentir livre de tudo aquilo que me angustiava por você não saber do meu amor ou até mesmo dos julgamentos que algumas pessoas faziam sobre tudo isso. Então o mar com a onda me trouxe uma concha, não tão grande e nem tão pequena, do tamanho do meu sentimento, do tamanho do meu querer, na medida exata daquilo que realmente posso ter. A princípio eu peguei a concha por só achá-la bonita, me recolhi e fui me sentar com ela em mãos.. Olhei pra frente onde só existiam as pedras grandes, os barcos pequenos de tão longe e supostamente um sol que me ardia os olhos. Tinha tanta coisa a minha volta que me fazia lembrar você. Como o que? Pedras me faziam lembrar que seria duro conseguir ter você um dia. Barcos distantes simbolizavam a distancia entre nós, pouca, porém ainda era longe. Sol me mostrava o quão ardia tudo aqui dentro, seja na vontade de ter você ou por você não saber. Mar com suas ondas me traziam as inconstâncias do dia a dia, entre desistir e tentar. Areias que me cobriam os pés eram toda a sustentação que tinha dessa situação, afinal se não fosse elas eu estaria voando ao pensar em você. Enfim, qualquer coisa eu daria um motivo para existir você ali naquele momento!
Porém continuando sobre a resposta que o mar me deu, fiquei sem o que saber fazer com a concha, até que me passas uma guria e pergunta se a concha era minha.. Eu respondi que sim, mas perguntando o porquê e então ela disse: ''Conchas servem para levar pra casa tudo isso que esta a sua volta em forma resumida, até porque vamos combinar que seria difícil levar o mar, se não quiser a concha, pode me dar''. Nesse momento eu não tive mais dúvidas, sorri para a menina dizendo que a concha era mais que um mar naquela situação, era um amor platônico. E então pude voltar para casa. Abri um dos meus blocos de papel que ficam jogados pela casa e anotei mais uma coisa que havia aprendido com esse sentimento. Resumindo tudo: Essa distancia pode ser grande, mas enquanto houver sentimento, mar, vento, você, nos estaremos interligados em tudo, basta você acreditar no mesmo!
Guardei a concha em dos meus vidros transparentes para que pudesse dormir vendo e que de certa forma iria querer ver sempre que estivesse me sentindo mais sozinha do que já me sinto com esse sentimento.. Não é como ter o seu amor, porém é algo que alivia a minha dor. Um grande beijo ao mar, a guria por abrir meus olhos e a mim que sinto tudo por apenas sentir.

Dedicado: De costume vocês ja sabem.

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